O chamado Compliance comportamental consiste na aplicação de evidências oriundas da ciência comportamental ao universo dos programas de Compliance, como forma de melhoria da sua efetividade.
Os desafios enfrentados pelos profissionais de Compliance no dia a dia, não são poucos, e a questão comportamental acaba passando despercebida diante de tantas atribuições e responsabilidades.
No entanto, a capacidade de enfrentar os desafios comportamentais que surgem no momento da implantação e durante a execução do Programa de Compliance contribui muito para o seu êxito.
Assim, é de extrema importância que o profissional desenvolva a habilidade para atuar em questões comportamentais que vão além das formalidades legais, regulatórias, contratuais etc.
Essa habilidade consiste, principalmente, em entender o comportamento humano em sua essência, e sobretudo compreender como o ser humano toma decisões e o que o motiva a agir de forma ética.
Adentrando profundamente aos aspectos comportamentais, é possível compreender que cada pessoa possui uma motivação diferente para agir desta ou daquela forma.
O foco do Compliance são as pessoas
Lidar com o ser humano é complexo e para obter o engajamento necessário para o sucesso de um Programa de Compliance é preciso estar atento à influência dos fatores comportamentais nessas decisões.
Isso porque, é natural do ser humano tomar decisões intuitivas influenciadas por diversos fatores tais como culturais, sociais, cognitivos etc., que, muitas vezes, se sobrepõem aos incentivos externos no momento da tomada dessas decisões.
Estar atento à questão comportamental é uma excelente oportunidade de identificar onde e como é possível tornar um programa de Compliance mais efetivo, reduzindo custos e burocracia.
Afinal, muito se fala em cultura de integridade, mas a palavra “cultura” por si só, remete à uma mudança de “mindset”, que em última análise reflete numa mudança de comportamento.
Logo, não há como dissociar uma coisa da outra, ou seja, não há como incentivar disseminação de uma cultura de Compliance sem levar em conta aspectos comportamentais.
Além disso, a compreensão profunda da natureza e do comportamento humano, evita que se parta de premissas equivocadas, baseadas em mitos que não refletem a realidade comportamental humana.
A ciência comportamental demonstra que a grande maioria das pessoas querem ser honestas e que os extremos comportamentais, ou seja, pessoas totalmente honestas ou o famoso “vilão” que é deliberadamente desonesto, são exceções.
Daí a importância de saber lidar com a realidade comportamental da grande maioria das pessoas considerando a natureza humana que não é racional o tempo todo, mas muitas vezes automática e intuitiva.
Afinal, o foco do Compliance são as pessoas e certamente é muito mais barato para as empresas conduzir e orientar comportamentos honestos de uma maioria que estará sempre vigilante para se evitar a não conformidade ou o comportamento desonesto de um pequeno grupo de pessoas.
Conclusão
Trabalhar a questão comportamental é um excelente caminho para fortalecer as organizações em diversos âmbitos e é de suma importância no Compliance.
Tenha em mente que o objetivo de um programa de Compliance é garantir que comportamentos honestos sejam exercidos.
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Fonte: Livro Muitos